sábado, 31 de janeiro de 2009

Water Serpent

Water Serpent - Gustav Klimt

Vou agora velejar nas ondas quentes do amor
todo o teu corpo beijar e mil loucuras propor...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Êxtase


Inverno e verão são ambos necessários para o crescimento. Uma vez que essa ideia se fundamenta no coração, então cada momento de vida é um momento de gratidão. Deixe que isso se torne sua meditação e sua oração: Agradeça a Deus por cada momento: pelos risos, pelas lágrimas, por tudo. Assim você verá surgir um silêncio em seu coração que você não conhecia antes. Isso é o êxtase.

Osho

Ofélia


Ofélia, de John Everett Millais

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Não espere por mim...




Banda The Donnas, mulheres e rock, muito bom!

"A imaginação é mais importante que o conhecimento" - Albert Einstein

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Diva



Uma diva que se entristeceu na cidade grande
Com suas Luzes fortes e os Sons insuportáveis
Ela bebe a doçura amarga da dor do querer
Tem a cama feita e Perfume de almíscar
Uma Louca mastigando a solidão das noites
Aviva as memórias atravvés das entranhas profundas de um ser tão
Selvagem, antagônico, poético, torto e jovem
É vampira em um ritual harmônico de sedução...




Cecília e os espinhos


Por dentro, Cecília chorava. Uma vida inteira cristalizada. Podia comprar todos os brinquedos, as bonecas e os amigos também. Não sabia o que era a dor, tinha tudo o que desejava, possuía, possuía. Não compreendia nem a fome, nem o frio, nem o sonho, nem o outro. Fazia tudo o que queria. Os anos se passaram e nada, nem a morte de algum amigo ou familiar a visitou para trazer-lhe certas reflexões necessárias à vida de qualquer pessoa ou ao menos para conhecer de perto um cadáver, o ser que adormece para o eterno e suas peculiaridades, a morbidez de um corpo sem alma, desfalecido. Quanto ao amor, muitas vezes também o comprou. Não falava nunca o que sentia, passava pela vida, apenas desfilando suas aquisições. Tinha a admiração de todos em sua casa. Personalidade forte, diziam. Será mesmo? Mas por dentro, ela chorava e como chorava, já que raramente suas lágrimas caiam em sua face. Nunca a vi chorar, nunca. Como é possível!? Lá no fundo ela queria conhecer a dor, sabia que o sofrer era importante em certa medida, sabia que o sofrimento era fecundo. Mas Cecília secretamente descobriu uma forma bastante particular de sentir dor, pois ela a desejava fortemente, sim, ela a queria, sobretudo para compreender o que ela não vivia, mas todos a sua volta experimentavam. A mãe de Cecília plantou junto ao jardim da casa, uma roseira, belíssima, como são todas as roseiras, eram rosas de um escarlate intenso. Foi ali junto ao canteiro das rosas escarlates que a menina começou silenciosamente experimentar a dor, através de um tormento físico revelador, a primeira vez aconteceu acidentalmente quando ajudava sua mãe a colher algumas rosas para enfeitar a sala de jantar, foi então que sentiu um espinho entrar-lhe na carne do seu dedo lentamente, um suspiro forte saiu de seu peito, logo sua mãe preocupou-se, perguntando-lhe : machucou-se Cecília? Não, estou bem, disse, então a ainda menina de dez anos. Cecília não conseguia esquecer aquela dor, ficava lembrando incessantemente do que havia sentido. A partir deste dia, ir até o canteiro de rosas e cravar espinhos em seus dedos tornaram-se uma prática, um hobby que preenchia seu coração, fazia-lhe entender o que era a dor, o que era sofrer, o flagelo durou toda uma vida, os espinhos eram sua droga, seu alucinógeno, fugia da vida que tinha,a mesma vida tão desejada pela maioria das pessoas, ter tudo o que se sonha, comprar tudo o que se vê, ir a todos os lugares, não chorar por nada.... Pergunto-me, se Cecília, entendeu assim a dor, que forma diferente ela encontrou para manifestar sua tamanha infelicidade. Na noite passada, ela agarrou uma das rosas, a arrancou do chão, e apertou contra sua mão com uma força brutal, até sangrar, deixando o sangue escorrer em seu braço, então percebeu que alguém estava vindo em sua direção, uma sombra, rapidamente molhou as mãos na piscina e novamente escondeu o que sentiu, disse a todos não saber porque havia um tom diferente na água. Na manhã seguinte saiu para comprar sementes de rosas, queria agora experimentar as brancas. Pensou que o branco talvez abrandasse sua dor, estaria Cecília cansada da dor ou do escarlate? Não sei, mas ela queria mais, queria sempre mais.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Edgar Degas - O bebedor de Absinto

Partículas...


Uma possibilidade
Um sonho
Partículas de um delírio?
Um poema
Uma viagem
Uma alucinação
Um nada
Um tudo
Um disfarce que uso
Uma invenção
Uma distração
Um engano
Um palpite
E no fim tudo isso misturado com um pouco de fantasia e loucura...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Prazeres...


Ei, vocês aí...

Os intelectuais, os nobres, os eruditos...
Juntem-se a nós, os marginais, os selvagens...
Vamos bebericar algo hoje à noite, nada de grandes ideias, apenas o instinto a reinar, a nos guiar, apenas...

Não tenho dúvida de que, certos prazeres mundanos, também nos elevam, a alma pede e o corpo satisfaz e tudo está nela e vêm dela...

Quem sou eu...eu sei...não sei...talvez...

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."



Perto do coração selvagem - Clarice Lispector

Alguma coisa...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Sol da meia noite


Beijos adocicados
Venenos saborosos
Poções do mais profundo desejo
És o meu Sol da meia noite!
E sabes que quase sempre sou feita de inconstância e insatisfação!
Mas nas páginas do velho livro que trouxeste
As horas do amargo destino são amenizadas
Cavo fundo...
E fundo escondo de ti as coisas da alma...
Tudo isso para depois cair, seduzir e renascer!

Tudo se transforma...ufa, que bom!






Jorge Drexler - Todo se transforma

Estrelas e saliva...


Em tua boca há estrelas e as sinto quando misturadas com a saliva...
Tua alma nessas horas tão nossas provoca-me um calor que estremece...
Imensidão em teus braços...
Preciosos foram os momentos de tanto querer, afinal estive com quem nem sonhei, com quem me mostrou um pouco de sol em dias sombrios...

O Contrário
O Oposto
O avesso


Arrancaria teu coração, de uma só vez, com minhas próprias mãos...


Bem menos revoltada
Tranquila? Que nada!
Sou vulcão em erupção!
Consigo disfarçar bem...
Observando mais!
Tentando falar menos!
Agora o céu está tão azul, mas repleto de nuvens do jeito que gosto.
O vento do litoral me transporta para tantos lugares ao mesmo tempo
Passado e futuro
Diferentes dimensões
Frações de segundo
Fortes o bastante para trazer alívio...
E essa vontade louca de fechar os olhos
Para abrir o coração!
Absurdos me atraem o tempo todo ...
Como dizia Gibran que vontade de usar o coração do coração!!


El cielo



Diamantes brutos e mulheres selvagens em uma dança infinita na roda da vida...
Caminhantes desatentos e toda a incoerência necessária para fazer da existência algo tão fantástico que se não chegarmos a tempo, ainda assim, estaremos satisfeitos...
Percebo então que meu corpo já traduziu tantas dores e vivenciou diferentes amores...
Ao sonhar o que vejo são as deusas que tecem o fio vermelho da paixão e de uma hora para outra volto a escutar o som do mar... Torno-me de repente alguém que não recusa diamantes brutos e que reconhece a mulher selvagem que comigo nasceu, sou el cielo, la muerte e às vezes meu próprio inferno...


domingo, 11 de janeiro de 2009

Andes




Framboesa
Capim
Olhos de Lua
Festim
Toda alquimia que existe entre nós
Para depois
Sumir
Sem rastro
Pelos Andes
Distantes...

O show deve continuar...

Espaços vazios... Para que nós estamos vivendo?
Lugares abandonados - Eu acho que já sabemos o placar
E continuando, alguém sabe o que nós estamos procurando?
Um outro herói, outro crime impensado
Atrás das cortinas, na pantomima
Segure a linha, alguém quer segurar um pouco mais?
O Show Deve Continuar
O Show Deve Continuar
Por dentro meu coração se quebra
Minha maquiagem pode estar dissolvendo
Mas meu sorriso continua...

O que quer que aconteça
Eu deixarei tudo à sorte
Um outro ataque cardíaco
Outro romance fracassado
E continua, alguém sabe para que nós estamos vivendo?
Eu acho que estou aprendendo
Eu preciso ser morno agora
Em breve irei virar a esquina
Lá fora o amanhecer quebrantece
Mas por dentro ainda está escuro
Estou doendo de liberdade

O show deve continuar
O show deve continuar

Minha alma é pintada como as asas das borboletas
Histórinhas de ontem vão crescer mas nunca vão morrer
Eu posso voar - meus amigos
O show deve continuar
O show deve continuar
Eu irei enfrentar tudo com um sorriso
Eu nunca irei desistir
Avante - com o show

Eu irei dar uma lance maior
Irei chacinar
Eu tenho que achar forças para continuar
...com o show

O Show deve continuar

Bálsamo

Um tropeço e pronto...
Estrela novamente!
Um gole a mais e já não o via com nitidez, mas sentia seu calor!
Desejei-te ao longo da eterna madrugada e entre as pernas todo o universo se fez...
Era bálsamo, sonho, fagulhas, pranto...
Adormeci em ti, bastaram-me efêmeros instantes

Outra História...


Um púrpura borbulhante
Dilacerando corpos
Agudos gritos distantes
Na noite mansa e chuvosa de verão
Solitária penso na vida
Pergunto coisas sobre a morte
Olho minhas unhas em vermelho vinho
Tudo se mistura
Sofro e sinto-me viva!
Sopram raios luminosos
Mas continuo amargando tristezas
Tanta clareza...deixou-me cega - Aí... Um longo e demorado suspiro...
Vou fumar um cigarro à beira da janela
Ouvir Coltrane...
Amanhã?
Outra história...

Morta Nuvem


MORTA NUVEM,ORQUÍDEA AZULADA, LUA CRESCENTE NO CÉU DE UM JANEIRO SONOLENTO...
NUVEM MORTA...
NASCI TORTA, VOU DAR UMA VOLTA, ESTRANHA MADRUGADA ORVALHADA DE PENSAMENTOS ESFUMAÇADOS...
AH, ESSA ALMA INGRATA, MALTRATA, ME AFASTA... NUVENS, NUVENS, NUVENS!



Sou Saguaro, sobrevivendo ao deserto, dia após dia

Tentando encontrar a água que ME devolverá a vida!

A morte é a imortalidade!


Na última quarta-feira, minha madrinha faleceu...assim de repente, pois ela não estava doente ou não de forma grave.Desde o final de 2007 ela passou a ter convulsões que foram diagnosticadas como epilepsia e iniciou um tratamento com uma medicação pesada ... na madrugada de terça para quarta seu coração não resistiu e ela se entregou ao mistério da morte, o que Oscar Wilde define não ser maior que o mistério do Amor...e devo concordar, porque o que nos move e nos espanta é esse Dom Supremo chamado Amor! Nunca havia sofrido tanto ao me despedir de alguém, ela me amava verdadeiramente, sempre fomos muito amigas e ela é uma dessas pessoas intensas, cheias de vida, um ser humano fantástico! Ao ver seus filhos (meus primos) e meu tio vivendo um sofrimento tão devastador, tive a certeza que o amor é esse sentimento misterioso...e a morte apenas uma nova possibilidade, uma realidade diferente...Minha amada, em minha memória, só há deliciosas lembranças de momentos especiais, sentirei saudades daquele abraço forte e da sua risada marcante, mas saiba você mora em meu coração...Uma hora dessas a gente se encontra!